Sobre mães que trabalham fora e mães em período integral
Primeira coisa: se você trabalha fora, não se sinta ofendida com o termo “mãe em período integral”. Ainda não achei um termo melhor, já que “mães que ficam em casa”, adaptando do inglês “staying home mom” tbem não parece legal. Mãe em período integral só diz respeito a qual é o trabalho que essa mulher exerce durante o dia todo. Não significa que ela é MAIS ou “MENAS” MAIN que vc, pfvr 😉
Dito isso, vamos ao que interessa: essa semana teve uma grande discussão em um post de uma página que sigo no facebook. O tema era um assunto recorrente e que gera muita polêmica nos fóruns maternos: mães que trabalham em casa versus mães em período integral.
Eu acho que consegui resumir lá nos comentários quase tudo o que penso sobre o assunto, então resolvi vir aqui compartilhar com vocês. #MeJulguem mas #NãoMeXinguem! hahaha
Assunto complexo, mas vou tentar dizer o que se passa na minha mente:
1. Não necessariamente a mulher precisa de alguém pra bancar a vida de todos da casa para decidir ficar em casa. Precisa é de muita vontade, disposição, paciência e sacrifícios. Conheço mães que não tinham nada e pararam de trabalhar fora, diminuindo os custos da vida que levavam, mesmo quando estes já eram bem baixos – para a maioria das mães que conheço, é possível! Algumas fazem bicos para complementar a renda do marido, outras trabalham de casa – normalmente com renda infinitamente menor do que os de antes de serem mães (meu caso).
2. Acho que dizer que a mulher que pára é pq PODE, é desmerecer totalmente o sacrifício que elas fazem para poderem estar com os filhos. Não é pq PODEM, é pq QUEREM. Isso não significa tbem que quem não quer é #menasmain, ou que não merece ser mãe, ou que sei lá o que. Só significa que a mulher que resolveu ficar em casa, se submeteu aos sacrifícios que viriam com essa decisão e decidiu que era o melhor para a sua família. Acreditem, são muitos sacrifícios e vão muito além da falta de grana.
3. Também não significa que quem trabalhe fora não faça sacrifícios. Acho que o pior sacrifício para uma mãe é passar tanto tempo longe dos filhos. Tanto que EU não consegui me submeter a isso! Nem consigo imaginar o quão cansativo, maluco e cheio de culpa é o dia de uma mãe que chega em casa depois de um dia de trabalho, trânsito do capeta e uma série de compromissos e ainda tem que tentar curtir ao máximo aquelas 4 horinhas que lhe sobram junto da cria. Muitas vezes ainda cozinhar, amamentar, limpar a casa, preparar tudo para o dia seguinte. E sorrir, cantar, brincar. Educar direito…
E sem contar o tempo que passa no escritório, com o coração fora do corpo, em outro canto da cidade e ainda tem que ser competente, participar de reuniões (muitas vezes sem sentido), ser criticada, avaliada, rotulada e dar conta do recado. São guerreiras demais!
4. Outra coisa que não significa é que quem parou de trabalhar, não goste de trabalhar. Eu amava meu trabalho, a empresa que eu trabalhava, meus colegas. Trabalhava na mesma empresa há 11 anos e me sentia realizada na maior parte do tempo. Eu e meu marido trabalhávamos juntos, quer coisa mais legal? Mas eu tive que escolher e escolhi parar. Na balança, pesou mais um lado, que no meu caso, foi poder estar perto do meu filho o maior tempo possível, ainda que isso me trouxesse muitos sacrifícios pessoais e financeiros.
Pra finalizar, ser mãe em período integral não é “pra quem pode”. Trabalhar fora não é “pra quem pode”. Os dois casos são pra quem quer!
Só queria que tanto um lado quanto o outro fossem mais sinceros e menos julgadores. São questões de valores, de interesses, de prioridades e de concepções diferentes de educação, sociedade, criação. Não há nenhum mal nisso. Somos diferentes e ponto. Tenho certeza que todas, em algum momento, botamos na balança e fizemos a escolha, conscientes do que seria o melhor para a sua família naquele momento. Mas TODAS nós nos abdicamos de algo importante, TODAS nós nos sacrificamos.
Menos culpa mãe! Seja lá qual foi a SUA decisão 😉
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