Desde quando engravidei, uma das maiores preocupações foi o Rainho, nosso querido gato.
Primeiro por causa das lendas e do perigo real da Toxoplasmose. Logo no primeiro pré-natal já perguntamos pra GO se havia algum problema e salientamos a importância de olharmos com atenção esse ponto.
Ela explicou que é rotina pedir o exame de toxoplasmose e que, em caso de dar positivo ou em caso de mostrar alguma contaminação recente, aí sim teríamos que nos preocupar mais. Também seria bom levá-lo ao veterinário para fazer exames caso os resultados mostrassem que nunca tive contato com a doença, pois nesse caso, eu não seria imune.
Mas, por outro lado, ela também explicou que não é obrigatória essa visita ao veterinário, já que é muito, muito difícil pegar toxoplasmose de gato, principalmente se ele vive dentro de casa. A contaminação só existe se tiver contato direto com as fezes do bichano. E ‘contato direto’ significa pegar com a mão e passar a mão na boca, por exemplo.
O risco de pegar toxoplasmose, segundo ela, é muito maior ao consumir saladas mal lavadas e carnes cruas ou mal passadas.
Bom, passada a primeira preocupação, começa a segunda parte: como vai ser quando o bebê chegar? O que fazer pra preparar o Rainho pra se acostumar com o Murilo e recebê-lo bem?
Começamos tudo errado. Ele dormia em um quarto que tínhamos para hóspedes. Quando desmanchamos o quarto e começamos a trazer as coisas do bebê, fechamos a porta e ele não podia mais entrar lá. Imaginei que acostumando-o desde cedo a não entrar mais no quarto, seria mais fácil pra ele entender depois que ali não é lugar dele.
Só que gatos são curiosos! Muito curiosos! Ele ficava desesperado sempre que chegávamos perto do quarto e bastava abrir uma gretinha da porta pra ele se enfiar lá dentro miando alto e desesperado. Percebi que algo estava errado e li em algum lugar que era melhor manter o lugar visível e acessível ao bichano até algumas semanas antes do nascimento do bebê. Assim ele poderia ver o que tem ali e não deve ficar curioso pra invadir o local assim que tiver uma chance.
Passamos a deixar o quartinho aberto e em pouco tempo o interesse dele diminuiu. Hoje ele não dá a mínima pro quarto e fica tranquilinho na sala.
Só que acreditamos que ele já esteja sentindo a diferença na rotina e na casa, pois ele está muito mais manhoso e carente do que sempre foi. Mia muito mais e fica grudado em mim o tempo todo que estou em casa. Estamos tratando a ansiedade dele com florais e não há muito mais o que possamos fazer.
Não posso aumentar a quantidade de atenção que dou pra ele, já que ele pode sentir a diferença depois, quando eu estiver com meu tempo curto e dedicado ao bebê. Tenho pesquisado bastante e, até agora, estas são as dicas que pretendo seguir:
- Permitir o acesso do gato aos novos ambientes antes do bebê chegar e deixá-lo cheirar e conhecer tudo;
- Limitar o acesso do gato aos locais onde ele não deve ficar alguns dias ou semanas antes da chegada do bebê – assim ele não associa a chegada do novo membro da família a uma perda de espaço.
- Seguindo a mesma lógica, acostumá-lo a ter menos atenção ANTES da chegada do bebê.
- Deixar paninhos com o cheirinho do bebê próximos aos locais agradáveis ao bichano. Assim ele associa que o cheirinho lhe faz apenas bem.
- Nunca punir o gato quando este reagir ao choro, movimentos e presença do bebê, pois ele pode se sentir rejeitado e associar a presença do neném a sensação de rejeição. Ao invés disso, procurar sempre acalmá-lo e presenteá-lo com carinho ou petiscos quando se comportar direitinho.
- Continuar sendo carinhosa e amável com o gatinho. Assim ele vai perceber que não há o que temer!
Bom, como a gente vive errando e acertando, provavelmente ainda vou errar muito nesse ponto, mas espero ainda assim promover um contato saudável entre o Raio e o Murilo.
Vou contando aqui no blog como as coisas se desenrolam conforme o tempo passa.
ATUALIZAÇÃO:
Pouco tempo depois descobri que o Rainho estava com insuficiência renal. Ele resistiu bravamente até o Murilinho nascer, mas antes que ele completasse 1 mês, nosso bichinho amado nos deixou 🙁
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